7.12.10

One day we'll meet again. À volta de uma mesa improvisada num quintal polvilhado de sol e sombra. Vinho e azeite sobre a mesa. Ameijoas e pão alentejano. Um dia que dura para sempre. Trocamos charros e bebemos e comemos até termos de fumar para podermos beber e comer mais. A tarde vai cair, o sol vai-se pôr, e os cães dos vizinhos vão ladrar ao ouvir as nossas gargalhadas. À noite o sol emana dos nossos olhos satisfeitos e carinhosos. Eu vou insultar as vossas mães e vocês vão tentar insultar a minha (sem efeito, claro). Alguém liga um rádio velho e ouvimos passar o trem das onze. Cantamos e dançamos e trocamos de pares. Bebemos e fumamos mais. Cheio de amor, eu vou estar quase a chorar e vou-me conter. Em vez disso vou rir, um pouco tímido. Levantar os olhos e ver esse espectáculo fenomenal que são os meus amigos à conversa. Vou percorrer os meus olhos calmamente por cada um e guardar uma fotografia no meu peito. Alguém vai dar, sem querer, uma cotovelada num copo e ele vai-se partir no chão, depois vamos partir mais uns, bebê-los de shot e atirá-los para trás das costas. Os meus olhos vão ficar pesados, os meus músculos cansados. Vou fazer a minha cama no burburinho das vossas palavras e adormecer em casa.

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