26.10.10

Mais um desenho de mim.
Adamastor, Lx, Outubro de 2010.

O céu derrete-se lentamente de nenhuma cor definida para outra que há de sempre estar a vir.
Eu tento justificar-me, fico perplexo, dorido com os meus próprios actos.
Nada disso interessa.
Não vou correr mais, procurar palavras para os meus instintos que me façam bom aos vossos olhos. Não vou, só porque a complexidade dos meus defeitos me ia dar trabalho a mais.
Este aqui sou eu, hoje. Sozinho e elevado no grande amor, pronto para te matar ou para te abraçar e chamar de amigo.
A caneta escorrega com suavidade no papel, como a cerveja na minha garganta. À perfeição, deixo-a de lado, olho-a com ternura.
O português suave de braço dado com um monstro acaricia o mundo com o vento do seu pestanejar.

21.10.10

Foi durante o acto do amor que a ideia caiu em mim.
Tinha andado a a viver como se ainda não tivesse saído de uma parque infantil, a fazer de conta que não ia haver outro dia.
Não há mesmo.
A guerra não está aí à porta, ela já começou. Há que arranjar armas, muitas armas, e uma quantidade de munições que seja suficiente para acabar, pelo menos, com uma pequena população.
Mais dia, menos dia, vamos ter todos de fugir para o campo, ocupar terra, plantar, criar animais, reproduzir para aumentar os números do nosso clã e lutar. E nem penses que eu não vou ser o mais apto. Todos os dias vamos ter de lutar. O sangue dos nossos inimigos vai fazer parte do quotidiano e às vezes, das nossas refeições. Será que o teu estômago vai fraquejar?

6.10.10

A vida é uma merda, mas não te preocupes, é passageira.